30 março, 2007

Cromos Raízes e Antenas XV


Este blog continua hoje a publicação da série «Cromos Raízes e Antenas», constituída por pequenas fichas sobre artistas, grupos, personagens (míticas ou reais), géneros, instrumentos musicais, editoras discográficas, divulgadores, filmes... Tudo isto sem ordem cronológica nem alfabética nem enciclopédica nem com hierarquia de importância nem sujeita a qualquer tipo de actualidade. É vagamente aleatória, randomizada, livre, à vontade do freguês (ou dos fregueses: os leitores deste blog estão todos convidados a enviar sugestões ou, melhor ainda!, as fichas completas de cromos para o espaço de comentários ou para o e-mail pires.ant@gmail.com - a «gerência» agradece; assim como agradece que venham daí acrescentos e correcções às várias entradas). As «carteirinhas» de cromos incluem sempre quatro exemplares, numerados e... coleccionáveis ;)


Cromo XV.1 - Yma Sumac



Muitos anos antes da designação «world music» existir, uma forma musical que ia a várias músicas étnicas buscar a sua inspiração (mesmo que adulterando-as e, muitas vezes, caricaturando-as) era conhecida como «exotica». Desse género, corrente nos anos 50 e 60 do séc. XX, destacaram-se os nomes de Martin Denny, Les Baxter, Esquivel e a extraordinária cantora Yma Sumac. Nascida a 10 de Setembro de 1922, em Ichocán, no Peru (se bem que nem a data nem o local de nascimento estejam confirmados) e falecida a 1 de Novembro de 2008, Yma Sumac (Zoila Augusta Emperatríz Chavarri del Castillo de verdadeiro nome, alegadamente uma princesa inca descendente de Atahualpa) foi uma vedeta internacional da música «exotica» nos anos 50, muito à custa da sua estranha, vibrante e hiper-maleável voz (que podia abranger cinco oitavas!), dando a conhecer ao mundo muita música sul-americana.


Cromo XV.2 - Paco de Lucia



Filho de uma portuguesa (Lúcia - e daí o nome artístico Paco... de Lucia), o genial guitarrista Paco de Lucia nasceu em Algeciras, Espanha, a 21 de Dezembro de 1947. Músico, compositor, maestro, arranjador, Paco de Lucia é um dos nomes maiores do flamenco mas nunca se fechando neste género, antes abrindo as portas a colaborações com músicos de jazz (como nos concertos e discos com John McLaughlin e Al DiMeola) ou em incursões pela música erudita como na sua maravilhosa interpretação do «Concierto de Aranjuez», de Joaquín Rodrigo, com uma orquestra clássica. Francisco Sánchez Gómez, de seu verdadeiro nome, nasceu numa família dedicada à música (o pai, Antonio Sánchez, era guitarrista e dois dos seus irmãos enveredaram também pela carreira musical) e, juntamente com o cantor Camarón de la Isla (com quem gravou dez álbuns), contribuiu decisivamente para a renovação do flamenco.


Cromo XV.3 - Gamelão



O gamelão é uma orquestra essencialmente composta por instrumentos de percussão que tem a sua origem nas ilhas da Indonésia (principalmente Java, Bali, Madura e Lombok). É composta por metalofones, xilofones, tambores e gongos, embora também possa incluir flautas de bambu, instrumentos de cordas e vozes. Semelhantes a orquestras (e aqui refira-se que «gamelão» é o nome do conjunto de instrumentos e não o dos seus tocadores ou de qualquer instrumento) existentes noutros países como as Filipinas ou Malásia, os gamelões indonésios destacam-se pela sua variedade - cada orquestra tem uma formação própria e cada uma esforça-se por ser diferente das outras - sendo interessante notar que algumas das orquestras contêm essencialmente percussões feitas em metal e outras percussões feitas em bambu. A sua influência na música ocidental estende-se desde Claude Débussy (que teve contacto com o gamelão na Expo de Paris, em 1900) a compositores actuais de música minimal-repetitiva.


Cromo XV.4 - DobaCaracol



Um dos projectos mais interessantes, divertidos e criativos a emergir do milagroso cadinho musical que é a região (nação?) canadiana do Quebeque, as DobaCaracol são um grupo formado em 1998, em Montreal, por Doriane Fabreg (Doba) e Carole Facal (Caracol) depois de uma «rave party» selvagem. Cantoras e percussionistas, Doriane e Carole actuaram durante cinco anos como um duo antes de juntar um grupo de quatro músicos - Maxime Lepage, Mohammed Coulibaly, Martin Lizotte e Maxime Audet-Halde - que com elas desenvolveu um estilo que mete na mistura funk, soul, rock, reggae, música africana, brasileira e latino-americana. Tendo actuado em variadíssimos pontos do globo, as DobaCaracol editaram até agora os álbuns «Le Calme Son» (2001) e o excelente «Soley» (2004), este último produzido por François Lalonde (Lhasa, Jean Leloup).

1 comentário:

ANNA-LYS disse...

Just to wish You a wonderful spring time with lots of sun and love :-)

(( hugs ))