07 janeiro, 2009

Melhores Álbuns (com) Raízes e Antenas - Parte II


O Raízes e Antenas continua hoje a publicação de uma nova série, os Melhores Álbuns (com) Raízes e Antenas, dedicada a álbuns editados em 2008 (ou até anteriores a 2008, mas só durante esse ano «descobertos» por este blog) e que têm estado muitas vezes, e por direito próprio, no leitor de CDs aqui de casa. Todos eles são acompanhados por uma breve ficha informativa.


Segunda Parte - Bons Rocks (e Electrónicas) Vindos do Oriente


Niyaz - «Nine Heavens» (Six Degrees)


Sem dúvida, um dos melhores álbuns editados o ano passado, «Nine Heavens», dos Niyaz, é um belíssimo exemplo de convivência de músicos de países considerados, à partida, «inimigos»: nos Niyaz convivem músicos iranianos e norte-americanos, que misturam com saber e à-vontade a música tradicional do médio-oriente, a música religiosa sufi - no disco encontram-se nove temas oriundos da tradição iraniana, turca e paquistanesa - e as electrónicas, sempre com uma elegância e um bom-gosto extremos, conduzidos pela voz sublime da cantora iraniana Azam Ali. E, para quem não vai lá muito à bola com as lectrónicas, o álbum reserva uma surpresa: um segundo CD com interpretações acústicas dos temas do álbum e com muitas percussões, digamos, verdadeiras, dos temas do álbum.





U-Cef - «Halalwood» (Crammed Discs/Megamúsica)


DJ marroquino radicado em Londres, U-Cef assina neste álbum «Halalwood» uma experiência de fusão quase sempre muitíssimo bem conseguida. Capaz de cruzamentos surpreendentes («MarhaBahia» é um notável encontro entre o gnawa e o samba!!), sem medo de juntar no mesmo caldeirão dub e sha'abi, guitarras eléctricas em voo livre e hip-hop «rapado» em árabe, «Halalwood» também junta muita gente boa à volta do projecto: Rachid Taha, Damon Albarn (dos Blur e de inúmeros projectos cada vez mais ligados à world music), Natacha Atlas, Steve Hillage, Amina Annabi, Dar Gnawa e Justin Adams, entre outros...






Speed Caravan - «Kalashnik Love» (Newbled Records)

Imagine-se o «Killing An Arab», dos Cure, interpretado, com humor, por músicos e instrumentos... árabes. Ou o «Galvanize», dos Chemical Brothers, transformado num hino à luta dos povos muçulmanos. E tudo movido a um fabuloso oud electrificado e demais quinquilharia musical do norte de África, com instrumentos rock à mistura. É isso que fazem os Speed Caravan (na foto), grupo liderado pelo argelino Mehdi Haddab (o do oud electrificado e muitas vezes em distorção) e radicado em França. No álbum colaboram Rachid Taha (sempre ele!), gente ligada aos Asian Dub Foundation, Abdulatif Yagoub (também em oud e já referido neste blog a propósito do seu álbum com os DuOud) e até Simone Alves, cantora portuguesa radicada na Bretanha.

2 comentários:

laura disse...

eh lá... fiquei curiosa com este último, o dos "Speed Caravan"...
E "quinquilharia musical" é umm bom conceito. :)))

Abraço.
:o)

António Pires disse...

Laura:

Mas olha que os outros dois também são de ouvir :))

Beijo...