01 julho, 2010

MED de Loulé - Bregovic, Vieux e... A Música Portuguesa


A última edição do festival MED de Loulé voltou a registar vários enormes momentos de música. E, para além de grandes concertos de Goran Bregovic (um concerto em que dancei e fiz mosh, gritei e cantei, arrepiei-me e chorei com "Ederlezi"), Vieux Farka Touré (já liberto do fantasma do pai genial, a trilhar caminhos próprios mais próximos do rock e, agora, um fabuloso guitarrista) e Orchestra Baobab (os velhos embondeiros continuam de pé e a namorar-nos de uma forma cada vez mais sedutora e descarada), o MED teve como grande destaque deste ano o espaço e respeito que deu à música portuguesa, muita dela nova e arriscada. É a esse assunto que eu dedico a minha crónica de hoje no jornal "i" - edição online: http://www.ionline.pt/conteudo/67233-loule-e-musica-portuguesa -- e que aqui também transcrevo:

"No fim-de-semana passado tive a honra de encerrar como DJ - juntamente com o meu companheiro do Clube Conguito, Rodrigo Madeira - o MED de Loulé, um festival que está a crescer de forma sustentada em público, qualidade intrínseca de programação e prestígio internacional. E, o mais importante, a crescer na aposta que fez este ano em muitos nomes da música portuguesa, alguns já conceituados, outros novos. Do veterano Zeca Medeiros, que terá finalmente um álbum que lhe faz justiça no Outono, aos fabulosos Diabo na Cruz, que homenagearam, em rock, a Brigada Victor Jara e os Gaiteiros de Lisboa. Dos cada vez melhores (mais telúricos, complexos e misteriosos) Galandum Galundaina aos Orelha Negra, que vão à música negra americana mas transportam uma portugalidade intrínseca. Dos já quase consagrados, e muito justamente, Mazgani -- que resistiu galhardamente às interferências de um jack traiçoeiro (na foto) --, Anaquim e Virgem Suta aos prometedores Macacos do Chinês (há uma guitarra portuguesa no hip-hop!), Atma e Pucarinho. Para grande pena minha, não vi os Andersen Molière (tocaram à mesma hora que Goran Bregovic, que deu um dos melhores concertos que vi em toda a minha vida e não consegui arredar de lá pé), 3 Pianos (coincidiu com os Galandum Galundaina) e The Legendary Tiger Man (estava uma tal enchente que não consegui entrar no palco Castelo)".

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