12 abril, 2011

Odisseia:Portos - Ciclo Lusófono na Invicta


A Praça da Batalha, no Porto, é a partir de dia 15 o palco de um novo ciclo/festival muito apropriadamente intitulado Odisseia:Portos. Todos os pormenores:

"Odisseia: Portos


Antecedendo a realização de um showcase e de um festival de teatro internacional, o Odisseia faz da Praça da Batalha o seu ancoradouro, resgatando-a da costumeira condição de descampado nocturno. Iniciativa realizada com o apoio do Turismo de Portugal, Portos faz desembarcar nas imediações do TNSJ o fado, a música tradicional portuguesa, a percussão e os ritmos africanos, as sonoridades ibéricas, a música popular brasileira – sons da lusofonia que simbolicamente culminam a 25 de Abril.

Todas as músicas de raiz popular e tradicional, não escritas, apesar de representativas de uma região, de uma ideologia ou da vivência dos povos que as interpretam, são o resultado de uma série de influências culturais. Se uma canção, ao ser composta, passa por um processo de crescimento até alcançar toda a sua estrutura, o mesmo acontece com qualquer género musical.

O fado, por exemplo, absorveu influências musicais de várias terras que fazem parte da nossa história, de África ao Brasil, sem esquecer as próprias regiões de Portugal, tornando-se assim uma forma de música popular urbana. Mas também influenciou géneros oriundos dos vários países ligados à lusofonia – das mornas ao samba e ao chorinho, e até a alguma música pop cantada em português.

As cidades portuárias são, sem dúvida, coniventes com a cristalização destas músicas. Em toda a história do nosso país, o mar foi a estrada principal para todas as viagens. Uma Odisseia de encontros, desencontros, cruzamentos e evoluções, que acabaria por nos deixar por herança este caldeirão de culturas que faz parte da alma e da história do mundo português.

Hélder Moutinho


15 Abril, 23:00
Yami (Angola/Portugal)
convidado: Manuel D’Oliveira

Cantor, compositor e guitarrista, Yami nasceu em Angola, mas viveu apenas em Luanda até aos quatro anos. Ainda assim, os sons, cheiros e costumes de África foram-lhe transmitidos pela mãe e vêm ao de cima em Aloelela, disco de estreia lançado em 2007, em que se detectam também influências da música brasileira, da música soul e do jazz. A guitarra de Manuel D’Oliveira vai trazer outras texturas a uma noite que celebra a lusofonia, ponto comum das várias aventuras musicais de Yami.


16 Abril, 23:00
Manuel D’Oliveira (Ibéria)
convidado: Yami

A música tradicional portuguesa e o flamenco constituem a matriz do trabalho de Manuel D’Oliveira, pelo que não é por acaso que o seu disco de estreia, lançado em 2002, se chama Ibéria. O guitarrista empresta a essas linguagens o seu inegável virtuosismo, mas também uma alma a toda a prova, que lhe valeu a admiração (e colaboração) do “mestre” António Chainho. Repetindo uma parceria já encetada, por exemplo, no projecto Muxima, o vimaranense surge em palco acompanhado pelo angolano Yami.



17 Abril, 18:00
Atlantihda (Portugal)
convidados: Paulo Parreira, Pedro Soares

Os Atlantihda reúnem o talento de seis músicos com percursos diversos que definiram o objectivo de criar “uma canção genuinamente portuguesa”. Se a voz poderosa de Gisela João lhe empresta um cunho fadista, a presença de instrumentos como o acordeão, o violoncelo, a viola braguesa e o adufe baralham as contas e proporcionam tonalidades surpreendentes. Os Atlantihda trazem na bagagem um recentíssimo álbum de estreia e “neste espectáculo especifico” a companhia dos guitarristas Paulo Parreira e Pedro Soares.



22 Abril, 21:30
João Afonso (Portugal)
convidado: Ruben Alves

João Afonso conquistou, por mérito próprio, um lugar de relevo entre os cantautores que exploram a tradição musical portuguesa. A participação em Maio Maduro Maio (1994) – disco em que interpretou temas do tio, Zeca Afonso, ao lado de Amélia Muge e José Mário Branco – foi decisiva para o lançamento de uma carreira como compositor e letrista. O premiado Missangas, de 1997, marcou o início de um trajecto que o tem levado a múltiplos palcos nacionais e internacionais. Acompanhado pelo pianista Ruben Alves, o cantor revisitará boa parte do seu repertório.



23 Abril, 21:30
Ritinha Lobo (Cabo Verde/Angola/Brasil)
convidado: Yami

A cabo-verdiana Ritinha Lobo (na foto) vai servir um caldeirão de géneros ligados aos países de língua oficial portuguesa. A vocalista promete evocar o funaná da sua terra natal, o semba de Angola e a música popular brasileira. Para este concerto, Ritinha Lobo convida Yami, colaborador já habitual nos seus espectáculos e ao lado do qual integrou o projecto Muxima, uma homenagem ao Duo Ouro Negro.




24 Abril, 21:30
Ricardo Parreira (Portugal)
convidados: Micaela Vaz, Marco Oliveira, Vânia Conde

Cresceu fascinado por Carlos Paredes, no seio de uma família de guitarristas. Depois de se estrear em 2007 com um disco de homenagem a Fernando Alvim (eterno companheiro de Paredes), Ricardo Parreira editou Cancionário em 2010. O álbum junta à sua guitarra portuguesa as vozes de Micaela Vaz, Marco Oliveira e Vânia Conde, que o vão acompanhar na Praça da Batalha. O fado será a porta de entrada para uma viagem pela música tradicional e popular portuguesa.



25 Abril, 18:00
Amor Electro (Portugal)
convidado: Ricardo Parreira

O desígnio dos Amor Electro é claro: fazer pop em português, conciliando elementos electrónicos com instrumentos como o adufe ou a guitarra portuguesa, que o convidado Ricardo Parreira trará para este concerto. O quarteto vai apresentar Cai o Carmo e a Trindade, a sua estreia em disco, que chega aos escaparates precisamente no Dia da Liberdade. Do alinhamento fazem parte versões de temas históricos da pop nacional, como “Sete Mares”, dos Sétima Legião, ou “Foram cardos, foram prosas”."

1 comentário:

d'Orfeu disse...

Os posts antenianos estão com a pontaria afinada! A Ritinha Lobo também vai estar no Festim http://www.festim.pt/