29 junho, 2011

Viagem ao Norte de África (e de lés-a-lés!)


Hoje, o Raízes e Antenas recupera críticas (originalmente publicadas na Time Out) dedicadas à música do norte de África, do seu oeste ao seu leste e dos dois lados do deserto do Sahara. Mais especifiicamente de Marrocos à Eritreia, do Niger à Tunísia e à Argélia. Os nomes? Hasna El-Becharia, Ghalia Benali, Souad Massi (na foto), Etran Finatawa, Asmara All Stars e todos os que protagonizam mais uma colectânea dedicada à música árabe pela Rough Guide.




Hasna El-Becharia
"Smaa Smaa"
Lusafrica/Tumbao

Os gnawa, do sul de Marrocos, são o povo que descende dos escravos negros da África Ocidental levados para o norte do Sahara pelos árabes. Com uma música de transe – igualmente conhecida como gnawa – que traça a ponte entre os dois lados do grande deserto, no gnawa tradicional encontram-se os habituais gritos guturais das mulheres berberes, instrumentos típicos da música árabe (como as darabukas), mas também instrumentos próprios como as krakabs ou o guimbri, um baixo acústico. E Hasna El Becharia – um dos raros exemplos de argelinos a praticar esta música -, cantora de voz grave, exímia tocadora de guimbri e guitarrista, transporta sempre consigo esta tradição, mas nunca deixando de a levar para o futuro: como neste belo e novo álbum, "Smaa Smaa", em que o gnawa por vezes se aproxima do rai, outras vezes dos blues, outras até de um proto-flamenco. Uma lição. (****)



Ghalia Benali
"...Sings Om Kalthoum"
Zimbraz

Já há alguns anos, a cantora tunisina Ghalia Benali – então acompanhada pelo seu grupo Timnaa -, deu no saudoso Intercéltico do Porto um dos concertos obviamente menos “celtas” deste festival. Na altura ela fundia música árabe com flamenco, Balcãs e até havia lá uma... guitarra portuguesa. Agora, no seu novo álbum, Ghalia presta homenagem a uma das maiores cantoras de sempre do norte de África e Médio Oriente, a diva egípcia Umm Kulthum (ou Om Kalthoum ou outra das inúmeras maneiras ocidentalizadas de escrever o seu nome), que se notabilizou pela sua voz inimitável e pelos longuíssimos concertos que protagonizava. E Ghalia faz-lhe aqui justiça, recorrendo a um pequeno ensemble acústico, com arranjos descarnados e nenhuma tentativa de modernização da música de Umm. É um acto de amor e vale por isso. (****)


Etran Finatawa
"Tarkat Tajje/Let's Go!"
World Music Network/Megamúsica

A pouco e pouco, os Etran Finatawa – banda originária do Niger que agrupa músicos tuaregues e de etnia wodaabe (todos eles nómadas que já se cruzaram nos inúmeros caminhos do deserto do Sahara, ora combatendo e roubando esposas, ora convivendo pacificamente e participando nas festas familiares uns dos outros) – foram estabelecendo o seu nome, no sentido que Malcolm McLaren deu aos Sex Pistols, definitivamente no circuito da world music. Não são a coisa mais original do mundo (os Tinariwen, Tartit e Ali Farka Touré estão na sua base e inspiração maior), mas o desvio dado aos blues do deserto pelas harmonias vocais e os meneios musicais/transe quase “transgender” dos wodaabe fazem, e neste "Tarkat Taaje" ainda mais!, dos Etran Finatawa um objecto musical único. (****)


Vários
"The Rough Guide to... Arabic Lounge"
World Music Network/Megamúsica

Há centenas de colectâneas – e de variadíssimas editoras – de música árabe, do norte de África do próximo e médio Oriente... Umas mais electrónicas, outras mais chill out, outras mais pop, outras mais acústicas e jazzy. E "The Rough Guide to... Arabic Lounge" é uma amálgama disto tudo. Algo desequilibrado também por isso, o álbum contém no entanto algumas pérolas como a canção gainsbourguiana interpretada, logo a abrir, pelo libanês Ghazi Abdel Baki, alguns desvios jazz curiosos (outros, mais jazz de hotel, nem por isso) ou as vozes mágicas de Natacha Atlas e da palestiniana Rim Banna e, mais importante que o resto, traz como bónus o álbum de estreia de Akim El Sikameya, cantor e músico argelino que faz uma excelente ponte entre a Andaluzia e o norte de África. (***)


Asmara All Stars
"Eritrea's Got Soul"
Out Here Records/Megamúsica

Encravada entre o Sudão e a Etiópia, a Eritreia é – tal como os seus vizinhos próximos – um dos países mais pobres do mundo e, devido a sucessivos conflitos (incluindo uma longa guerra com a Etiópia), é igualmente um dos territórios mais isolados e imunes às influências das “antenas” viradas para o éter exterior. Talvez por isso, este álbum do super-grupo Asmara All Stars, gravado em Asmara (a capital do país) pelo produtor francês Bruno Blum, mostra uma música que poderia ter sido registada nos anos 70 e não em 2008 (data da gravação), onde, ao lado de sonoridades próximas do ethio-jazz tal como estabelecido por Mulatu Astatke se ouvem reggae, hard-rock, funk e soul. E, ao contrário de parecer requentado ou simplesmente retro, "Eritrea's Got Soul" soa a fresco e actualíssimo. (*****)


Souad Massi
"Ô Houria"
Island Records/Universal Music

Numa entrevista que deu a propósito do seu quarto álbum, "Ô Houria" – que significa “liberdade” –, a cantora argelina Souad Massi refere que continua a ter Leonard Cohen, Neil Young e Bruce Springsteen – ela começou a carreira num grupo rock – como principais referências musicais. Mas, ouvindo-se este novo álbum, pode dizer-se que nunca a sua música foi ao mesmo tempo tão argelina ou, se quisermos, magrebina (está aqui o fabuloso intérprete de oud Mehdi Habbad, dos DuOud e Speed Caravan) nem tão francesa (estão aqui, também bem presentes, Francis Cabrel e Michel Françoise), embora lá esteja também um “bife” inesperado: Paul Weller! Mas o que fica disto tudo é o melhor e mais maduro disco de Souad até à data: interventivo, apaixonado, sem fronteiras. (****)

20 junho, 2011

Clube Conguito (Também) no MED de Loulé


Pois é! O Clube Conguito (eu e o camarada Rodrigo Madeira, com o convidado especial Vasco Madeira, o mais recente e bonito elemento do clã Conguito; na foto) vai encerrar a programação de sexta-feira, dia 24, no Palco do Castelo do MED de Loulé. Desta vez escolhemos muita música negra -- africana (e de várias décadas!), caribenha e latino-americana mas também funk, soul, disco, hip-hop, spoken word...). Mas o melhor é esperar pela noite de sexta, que promete ser quente! De resto, há muito mais novidades que surgiram nesta recta final do MED de Loulé:

"De 22 a 25 de Junho, em Loulé DAVID DE ALMEIDA É O ARTISTA PLÁSTICO CONVIDADO

Artesanato, teatro, gastronomia, artes plásticas e muita música completam o cartaz do Festival MED 2011
Falta apenas uma semana para o arranque da oitava edição do Festival MED, um dos mais conceituados festivais de world music do País, que decorre de 22 a 25 de Junho, no Centro Histórico de Loulé. Mais do que um festival de Verão, o primeiro do ano, este é um certame cultural, onde várias manifestações têm expressão: das artes plásticas à gastronomia, do artesanato ao teatro e à animação de rua, com uma programação vasta que pretende chegar a todos os públicos, dos 8 aos 80 anos.
Artes Plásticas

Todos os anos, a organização do Festival MED convida um artista plástico português para expor a sua obra na Galeria de Arte do Convento de Espírito Santo, no interior do recinto do festival. Este ano, David de Almeida é o convidado especial, e apresentará uma exposição intitulada “MED”.

David de Almeida é na natural de São Pedro do Sul, e frequentou, na Escola António Arroio, o Curso de Gravador Litógrafo e na Gravura - Cooperativa de Gravadores Portugueses um curso de Gravura em metal sob a orientação de Maria Gabriel. Subsidiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, estagiou nos Moinhos do Vale do Lagat, em França, no sentido de se especializar na feitura manual de papel. Cursou holografia no Goldsmith College (London University) e estagiou com Stanley Hayter no Atelier 17 em Paris, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Tem dezenas de exposições individuais e colectivas e foi já distinguido com vários prémios nacionais e internacionais. Entre eles, destaque para o Prémio Internacional de Arte Gráfica Jesús Núñez (Corunha, 2006) e o Prémio Nacional de Gravura do Museu de Gravura Espanhola Contemporânea (1999).

Nos claustros do Convento Espírito Santo estará ainda patente a exposição “Entre Margens” de Vasco Silva Lopes, uma mostra de visões insulares e ribeirinhas de Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique.

Espalhadas por todo o recinto estarão ainda várias manifestações de street art, de autoria de variados artistas, entre eles Teresa Paulino e Alexandre Sequeira.

Mais música…

Mas porque a música é a arte rainha do MED para além dos 22 nomes já anunciados para os palcos da Cerca, Matriz e Castelo, o MED apresenta ainda mais 15 projectos, com actuações agendadas para os palcos da Bica e do Arco, de 22 a 25 de Junho, no Centro Histórico de Loulé.

Nobre Ventura, Instinct Baroudeurs, Toca Tintas, Outorga, Noiserv, César Matoso, Tâmara, Migna Mala, Caldas Hand Saw Massacre, Godai Project, Eroscópio, Muda As Maria, Nuno Rancho, In Tento Trio e Original Electro Groove são os nomes confirmados para os palcos da Bica e do Arco. Sexta-feira e sábado à noite, o MED oferece ainda duas sessões de DJ Set.

Gastronomia

Os sabores mediterrânicos são um dos atractivos deste evento que, ao longo de quatro dias, vai encher a Zona Histórica de Loulé com muita animação, cor e um ambiente único onde as várias culturas do Mediterrâneo e do mundo se fundem numa só realidade.

Para além da cozinha tradicional portuguesa, o MED vai ter também um conjunto de espaços de restauração dedicados aos sabores tradicionais de países como Espanha, Grécia, Marrocos, Egipto ou Itália.

O Chef Chakall volta a ter um espaço próprio no MED, aprazível para os visitantes apreciaram alguns dos pratos elaborados “ao vivo e a cores”, onde os ingredientes que fazem parte da dieta mediterrânica estarão em destaque.

Artesanato

A cor e a diversidade vão marcar as cerca de 100 bancas de artesanato que vão estar espalhadas pelos becos e ruelas do Centro Histórico da cidade. A grande aposta é no artesanato internacional, com especial incidência no marroquino, tunisino e egípcio. Mas as novas tendências do artesanato moderno também vão marcar presença nesta edição do Festival MED.

Os visitantes poderão adquirir uma série de produtos que vão desde a bijutaria, têxteis e vestuário aos objectos característicos de várias culturas do mundo como os digeridos aborígenes, os djambés africanos ou os cachimbos de água e serviços de chá típicos dos países do Magreb.

Para os mais novos

Os mais novos nunca são esquecidos pela organização, que reedita mais uma vez o espaço MED Kids. Diariamente, das 19h30 às 00h30, decorrem nesta área do festival actividades diversas como Hora de Artes Manuais, Hora da Dança, Hora do Conto Mediterrânico, pinturas faciais e jogos. Este é um local onde as crianças se podem divertir num ambiente agradável e acolhedor, criando e experimentando actividades relacionadas com o Mediterrâneo, de forma a estimular a sua imaginação, enquanto os pais circulam pelo recinto do festival. Durante quatro dias, o MED Kids recebe crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos acompanhadas por uma equipa de monitores.

Preço e local de venda dos bilhetes

Os bilhetes para o Festival MED 2011 já estão à venda no Cine-Teatro Louletano e estarão à venda nas bilheteiras instaladas à entrada do recinto a partir do dia 21 de Junho.
A organização põe à disposição do público duas modalidades de ingressos: Bilhete Diário (12 euros) e Passe de Festival (40 euros).

Sobre o MED
Organizado e promovido pela Câmara Municipal de Loulé, o Festival MED, já na 8ª edição, é um evento de world music inspirado na cultura mediterrânica, que transforma o Centro Histórico de Loulé num desfile de manifestações culturais.

Decorada de cores quentes, Loulé oferece todos os anos, durante cinco dias, um alinhamento de experiências multifacetadas, onde a música dá o mote. Sendo este, assumidamente, um festival de world music, pelo palco MED já desfilaram nomes de peso do circuito internacional.
As artes plásticas, a gastronomia, o artesanato, o teatro e a animação de rua completam a oferta."

14 junho, 2011

Festival Ollin Kan - Agora Com Sumo!


Depois de aqui ter publicado o calendário do Festival Ollin Kan -- que decorre na Casa da Música, Porto, de 22 a 24 de Juloho -- aqui vai informação mais sumarenta (e oficial) sobre os vários artistas e grupos (com alterações de nomes relativamente ao inicialmente previsto):

"FESTIVAL OLLIN KAN CLUBBING OPTIMUS

www.ollinkanportugal.com

22 DE JULHO
RAKIA |SUR LE NIGER |JAUNE TOUJOURS|WATCHA CLAN e DJ GRINGO DA PARADA



RAKIA (Portugal)

Os RAKIA encontram a sua identidade na fusão das raízes tradicionais portuguesas e nos diferentes estilos musicais, partindo assim para a exploração dos instrumentos e ambientes da música do mundo. Os seus instrumentos são os mais variados, oriundos de várias partes do mundo: viola campaniça, violino, flauta transversal, bateria, derbouka, cajon, guitarra e baixo.

SUR LE NIGER (Cabo Verde/Mali)

Projecto de criação iniciado em Fevereiro de 2011 que resultou do convite do Festival SUR LE NIGER, de Segou, Mali ao músico cabo verdiano BILAN. Este é o resultado de um encontro feliz entre dois músicos da mesma geração que partilham uma visão musical comum. A amizade e a grande cumplicidade musical tornou fácil este encontro onde a música flui com grande naturalidade, para um lado espiritual resultado da Kora de Madou Sidiki Diabaté, com as cordas crioulas de Bilan. O Festival OLLIN KAN PORTUGAL orgulha-se de apresentar em estreia absoluta este trabalho resultado da primeira criação artística promovido e patrocinado pela rede de Festivais OLLIN KAN.

WATCHA CLAN (França)

Em 2008 permaneceram três meses no Top 20 da World Music. Este é o resultado de uma fusão feliz entre samplers e batidas electrónicas, sons ancestrais e instrumentos tradicionais do caldeirão cultural da sua cidade natal, Marselha. O trabalho dos WATCHA CLAN (na foto) é influenciado por música judaica, cigana, flamenga e sufi e o seu som estende-se desde o Gnawa trance e drum'n'bass ao hip-hop, metal e folk dos Balcãs sefarditas.

JAUNE TOUJOURS (Bélgica)

Aqui está uma banda de culto que, com sua mistura explosiva urbana de géneros musicais, ritmos, linguagens e culturas evoluiu para uma marca de alta qualidade, apreciada tanto pela imprensa internacional como por plateias de todo o mundo. Adicione-se a isso o toque tipicamente belga de escárnio e de auto-atenuação e o resultado é uma banda com a energia do rock (sem guitarras!), o toque de jazz improvisado, o espírito de abertura da música do mundo e a ânsia de uma banda de rua.

DJ Gringo da Parada (França)

Após ter conquistado a sua cidade, Paris, com uma fusão funk de toda a música brasileira: samba, hip hop, bossa nova, batucada, house e drum n bass, conquista agora a cena musical europeia. Este DJ é também um grande performer, apaixonado pela música tradicional brasileira e pela pop britânica, com uma rara mistura de sons brasileiros, rock e um inesperado groove. A ideia principal deste projecto é fazer uma ligação entre a pureza da tradição e a modernidade da música brasileira, reflectindo o caos harmonioso da arquitectura das favelas.

23 DE JULHO
SOFIANE HAMMA| AS 3 MARIAS | CHICO TRUJILLO |DIOM DE KOSSA| DJ’S TOMMI & BARRIO



SOFIANE HAMMA (Argélia)

SOFIANE HAMMA e a sua banda suporte, os Kifna, trazem um novo som que mistura o 'gnawa', tradicional argelino, com toques de rock e soul jazz. O projecto SOFIANE HAMMA é original e intransigente combinando a tradição e os sons urbanos, mantendo o sentido profundo das músicas provenientes das margens da sociedade.
Nos fins da década de 90, SOFIANE HAMMA era líder de uma das bandas mais respeitadas de hip hop, no Norte de África, com as suas letras de intervenção contra o regime militar corrompido, o terrorismo e o fundamentalismo islâmico.

AS 3 MARIAS (Portugal)

Sendo o tango uma mistura de vários ritmos, de diferentes tendências dentro deste género musical, este novo projecto do Porto opta pelo tango canção, onde a letra tem a mesma relevância que a parte instrumental, aliás característica deste estilo musical. As letras são interpretadas em espanhol ou até mesmo em outros idiomas. Assim sendo, sente-se neste trabalho as influências de recursos clássicos do próprio tango misturados com o flamenco, boleros e outros imaginários musicais. A guitarra, a voz, o acordeão, o contrabaixo ou percussão, são os instrumentos que acompanham este trabalho de fusão. Para além destes instrumentos, AS 3 MARIAS socorrem-se de outra parafernália para produzir som, como, por exemplo, a máquina de escrever ou o isqueiro para deslizar nas cordas da guitarra.

CHICO TRUJILLO (Chile)

Esta banda formada em 1999, é o expoente máximo da cumbia chilena. CHICO TRUJILLO, enche estádios um pouco por todo o mundo contagiando públicos. O seu som é uma mistura de cumbia clássica, rock e ska ao qual se adere de uma forma espontânea.

DIOM DE KOSSA (Costa do Marfim)

A sua música tem origem nas densas florestas do norte da Costa do Marfim, onde viveu e começou por tocar Yadoh. Mais tarde tornou-se Mestre Percussionista no Ballet Nacional da Costa do Marfim, o que lhe proporcionou diversas colaborações com músicos europeus. Actualmente vive na Noruega onde formou uma banda que utiliza sons do seu país de origem com um toque jazzístico cujo resultado é extraordinário.

DJ’S TOMMI & BARRIO (Holanda)

Este dois dj’s Holandeses são mestres em FIESTA GLOBAL. No Festival Ollin Kan Portugal vão tocar uma das suas especialidades: Cross Over Latino! Não apenas a tradicional Salsa y Merengue, Reggaeton ou Ska Latino, Música Meztiça ou os ritmos da nova Cumbia, tudo misturado num Burrito muito quente.
TOMMI & BARRIO, são Dj’s residentes dos melhores clubs holandeses, como o Melkweg Amsterdam e o Tivoli Utrecht, e artistas assíduos em festivais, entre os quais se encontra o Lowlands. Já trabalharam com bandas como os Panteon Rococo, Gogol Bordello, Mala Vita, Che Sudaka e muitas mais que tocaram nas suas festas sempre lotadas e com as pessoas ao rubro.
A busca interminável por batidas dançáveis. Velhas, novas ou auto-produzidas resulta sempre numa grande festa inesquecível.

24 DE JULHO
SVER|JOHANNA JUHOLA|TERRAKOTA|RETROVISOR


SVER (Noruega)

Este quinteto oferece um enérgico banquete de melodias de dança juntamente com uma presença em palco extrovertida e cheia de humor. OsSVER conseguem trazer do passado a música tradicional e acrescentar-lhe uma faísca enérgica mas preservando sempre a sua herança cultural.

JOHANNA JUHOLA (Finlândia)

Os traços característicos do grupo incluem uma espontânea e subtil comunicação musical, que alterna entre aconchego e humor pouco irreais, a valorização da simplicidade desinibida e improvisação.

TERRAKOTA (Portugal)

Os TERRAKOTA são uma banda de música portuguesa com uma sonoridade diversificada da África negra, das Caraíbas e da Índia. Têm como ponto de partida a música orgânica da África Negra, misturada com as sonoridades frescas das Caraíbas, das Índias e do Ocidente. As guitarras eléctricas, o baixo e a bateria cruzam-se com instrumentos tradicionais como o n'goni, o ballafon, os sabares, o djambé, o sitar, as m'biras ou o alaúde para criar uma fusão cosmopolita única. Nos TERRAKOTA, a variedade de ritmos é a palavra-chave que permite transpor a energia.

RETROVISOR (Colômbia)

Este é um projecto musical que mistura rock, electrónica com influências latinas e colombianas. Utilizam o apoio de recursos visuais onde a música não é só ouvida mas também vista. O projecto não está parado na experimentação simples, a banda quer transmitir uma consciência social e ambiental, uma reflexão sobre o papel da tecnologia na vida contemporânea e um contraste entre o velho e o novo juntando efeitos visuais produzidos em tempo real. Sons e estéticas urbanas da grande cidade Bogotá."

Dimi Mint Abba (1958 – 2011)


Faleceu Dimi Mint Abba, a mais respeitada cantora da Mauritânia. Em jeito de despedida e de homenagem, aqui fica o comunicado da World Circuit:

"Dimi Mint Abba (1958 – 2011)

We are deeply saddened to announce that one of Mauritania’s most beloved musicians, Dimi Mint Abba, passed away in a Moroccan hospital on 4 June after suffering a brain haemorrhage two weeks ago. She was 52. Known as the ‘Diva of the Desert’, Dimi was celebrated as one of the world’s greatest singers.

Born Loula Bint Siddaty Ould Abba in 1958, Dimi came from a prominent musical family belonging to the ‘iggawin’ (also known as ‘griot’) tradition and excelled at the ardin (similar to the West African kora) and as a percussionist from an early age. Abba’s breakthrough as a singer came when she won a prize at the Festival d’Oum Kelthoum in Tunisia in 1976. She went on to represent Mauritania at various other festivals including The Festival of Arabic Youth in Iraq (1977), Festival of Timgad in Algeria (1978), and the Festival of Agadir in Morocco in 1986.

Dimi’s first international album - ‘Moorish Music from Mauritania’ – was released on World Circuit in 1990. The recording features Abba and the gifted singer Khalifa Ould Eide and was the first studio quality recording of Moorish music by any artist from that country. Dimi was an institution in her homeland and a valued performer throughout Europe and Africa; musicians such as Ali Farka Toure, Baaba Maal, Toumani Diabate and Youssou N’Dour have expressed their huge admiration for her talents."

07 junho, 2011

Festival de Música Celta de Viana do Castelo (Ou o Eixo Portugal-Galiza)


Que belo programa! A edição de 2011 do Festival Celta de Viana do Castelo faz, de facto, a ponte perfeita entre o Minho e a Galiza, irmanando ainda mais as músicas dos dois lados da fronteira (uma fronteira que, como se sabe, é muito mais política que histórica, linguística ou cultural). O comunicado oficial:


"FESTIVAL DE MÚSICA CELTA | 2 - 17 JULHO | VIANA DO CASTELO | CAPITAL DA CULTURA DO EIXO ATLÂNTICO 2011

De 02 a 17 de Julho, paralelamente à já tradicional Feira do Livro de Viana do Castelo, este ano na sua 31ª edição dedicada à literatura luso-galaica, decorre o Festival de Música Celta no Jardim da Marina, que integra várias representações oriundas desta região transfronteiriça e que pretende, acima de tudo, afirmar o carácter actual e diverso das culturas de cariz tradicional. Este Festival de Música Celta conta com a presença de vários nomes de grande relevo na música de raízes desta região, bem como de algumas propostas em plano emergente que caminham a passos largos para a sua afirmação.

A voz inconfundível da galega Uxía inaugura o palco do festival no dia 2 de Julho, com a apresentação em primeira mão de “Meu Canto”. A tradição rejuvenescida dos Galandum Galundaina, a sonoridade mais modernista dos galegos Marful, a fusão galaico-portuguesa dos Assembly Point ou a energia emanada da banda de Anxo Lorenzo estão também entre os principais destaques da programação do festival.

PROGRAMAÇÃO
02 Jul | sáb | UXÍA (Galiza) + MU (Portugal)
03 Jul | dom | TANIRA (Portugal)
06 Jul | qua | OGHAM (Portugal)
08 Jul | sex | ASSEMBLY POINT (Portugal/Galiza/Irlanda)
09 Jul | sáb | ANXO LORENZO (Galiza) + BAILENDA (Portugal)
10 Jul | dom | MANDRÁGORA (Portugal)
13 Jul | qua | ALBALUNA (Portugal)
15 Jul | sex | BELLONMACEIRAS (Galiza)
16 Jul | sáb | GALANDUM GALUNDAINA (Portugal) + CHARANGA (Portugal)
17 Jul | dom | MARFUL (Galiza; na foto)

INFORMAÇÕES
local: Anfiteatro do Jardim da Marina | Avenida Marginal, Viana do Castelo | GPS: 41.692499, -8.825562
início dos espectáculos: 22h30 | entrada livre

organização: Câmara Municipal de Viana do Castelo | www.cm-viana-castelo.pt
produção: Núcleo de Apoio às Artes Musicais | www.naam.pt"

Olhar o Futuro (Próximo) na Gulbenkian


A edição 2011 do Próximo Futuro, iniciativa anual da Gulbenkian, em Lisboa que decorre de 16 de Junho a 3 de Julho, inclui novamente muita música -- com destaque para o colectivo sul-africano Shangaan Electro (que reúne Nozinja, Tshetsha Boys e DJ Spoko; na foto), o congolês Baloji e a timbila moçambicana de Matchume Zango em diálogo com o grupo portuense Drumming --, teatro, cinema, dança e arte pública. O programa completo:


16, 17 (21h30) e 18 Junho (19h)

Woyzeck on the Highveld

Handspring Puppet Company (África do Sul), a mais destacada companhia de teatro de marionetas africana, apresenta uma encenação do artista visual e cineasta sul-africano William Kentridge, a quem se devem algumas das mais inovadoras encenações e exposições das duas últimas décadas. Woyzeck on the Highveld é uma versão da peça de Büchner adaptada à realidade sul-africana.



17 Junho (a partir das 09h30)

Neste dia completa-se o ciclo de Grandes Lições que o Próximo Futuro iniciou em Maio, com a presença no Auditório 3 de Achille Mbembe (Camarões); Ralph Austen (E.U.A.); Eucanãa Ferraz (Brasil); e Margarida Chagas Lopes (Portugal). Nestas quatro lições falar-se-á de democracia e ética do mutualismo, a partir da experiência sul-africana (Achille Mbembe), as grandes incertezas com que se depara a historiografia africanista (Ralph Austen), o futuro da poesia (Eucanãa Ferraz), e ainda a produção, utilização e partilha do conhecimento na economia global (Margarida Chagas Lopes).



18 Junho (21h30)

Orquestra Gulbenkian e Drumming Grupo de Percussão com Matchume Zango, Timbila de Moçambique
Maestro: Pedro Neves

Obras de Steve Reich, Marlos Nobre, Iannis Xenakis e músicas tradicionais de Timbila moçambicana, um instrumento de percussão da família das marimbas. Neste concerto serão evocadas as origens e as ligações da música clássica a outras músicas, numa viagem através do tempo e do espaço.



19 Junho (19h/22h)

Aquarium Materialis - Victor Gama e Pedro Carneiro

Os instrumentos que compõem esta instalação utilizam o espelho de água do lago do Jardim Gulbenkian como superfície interlocutora. A peça divide-se em duas partes, reflectindo a dicotomia da natureza: uma parte diurna, repleta de vida, cheia de cores e de luz, vibrando intensamente; e uma parte nocturna, em que o mistério e o imaginário tomam conta da nossa percepção.



22 e 23 Junho (21h30, 19h)

O Corpo é a Mídia da Dança & Outras Partes

Espectáculo de dança do Grupo Lakka, que traz os actuais contextos sociais e tecnológicos urbanos para o seu universo. O grupo é liderado pelo coreógrafo e intérprete brasileiro Vanilton Lakka, que, com formação em dança clássica, dança-jazz e danças de rua, tem participado na renovação da paisagem da dança sul-americana.



23 Junho a 1 Julho (22h)

Cinema ao ar livre

No ecrã gigante do Anfiteatro ao Ar Livre, em várias sessões, será projectado um conjunto de filmes de diferentes géneros, do documentário à ficção. Em estreia absoluta, serão exibidas a 25 de Junho três obras produzidas pelo Programa Próximo Futuro, encomendadas aos cineastas João Salaviza (Portugal), Paz Encina (Paraguai) e Vincent Moloi (África do Sul). Destaque ainda para a curta-metragem vencedora do último Festival de Cinema de Marraquexe e também para a primeira apresentação de cinema de animação de autores africanos.



26 Junho (19h)

Baloji

Concerto de Baloji, músico congolês residente em Bruxelas e membro de uma orgulhosa linhagem de músicos africanos com uma sólida consciência política. No entanto, nas suas actuações jamais se perde um forte sentido de festa.



1, 2 e 3 Julho (19h, 21h30, 22h)

Discurso + Villa

O encenador chileno Guillermo Calderón apresenta as suas mais recentes obras, duas peças que decorrem na Villa Grimaldi, uma casa que ficou tenebrosamente associada ao regime de Pinochet. Com um dispositivo realista, aparentemente simples, Calderón constrói aqui uma das mais fortes, sólidas e profundas dramaturgias sobre a criação humana, a validade da arte contemporânea, o debate democrático e o papel da museografia, sem qualquer sinal de interferência ideológica do autor.




3 de Julho (19h)

Shangaan Electro

Música de dança contemporânea produzida na África do Sul. Em palco estarão músicos, produtores e alguns dos melhores bailarinos Shangaan, género musical caracterizado pela velocidade dos beats que conduz a uma dança que tem tanto de eléctrica como de divertida.



16 Junho a 30 Setembro

Arte pública

À semelhança do que aconteceu nas edições anteriores de Verão do Próximo Futuro (2009 e 2010), os visitantes do Jardim Gulbenkian vão ser mais uma vez interpelados por um conjunto de novas obras, instalações e esculturas criadas expressamente para este Programa. São manifestações de arte pública que pretendem equacionar a importância e pertinência deste tipo de criação. Assim acontece com Cocoon (Casulo), da jovem artista plástica Nandipha Mntambo, nascida na Suazilândia em 1982, que vive e trabalha na África do Sul. A obra que criou para o Próximo Futuro envolve a dimensão mágica e estranha da condição humana.



Até 28 de Agosto

Fronteiras

Exposição produzida no âmbito da última edição dos Encontros de Bamako – Bienal Africana de Fotografia, em 2009, reunindo cerca de 180 fotografias e vídeos que reflectem a criação contemporânea na área da fotografia em África e dos artistas afro-americanos. Desenvolvida em torno da temática “Fronteiras”, esta mostra colectiva oferece diversas interpretações e representações das questões sociopolíticas, culturais e identitárias. Na Galeria de Exposições Temporárias da Sede.



Até 30 de Setembro

Chapéus-de-sol e Tenda

Concebidos em 2010 pela arquitecta Inês Lobo, este Verão são recuperados servindo de tela para os desenhos dos artistas Rachel Korman (Brasil), Bárbara Assis Pacheco (Portugal), Isaías Correa (Chile) e Délio Jasse (Angola). A tenda de cores fortes, que no ano passado animou uma das margens do lago, também estará de volta ao jardim, desta vez para albergar uma biblioteca de obras de autores sul-americanos e africanos.

O Próximo Futuro é um Programa Gulbenkian de cultura contemporânea dedicado em particular, mas não exclusivamente, à investigação e criação na Europa, na América Latina e Caraíbas e em África.


Mais informações, aqui.