08 maio, 2013

Douro Celtic Fest - A Estreia em Gaia!

Também com organização Sons da Terra -- à semelhança do Intercéltico de Sendim (ver post anterior) --, mas neste caso em parceria com a empresa espanhola Actos Management, o Largo de Aviz, Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia, recebe nos dias 5 e 6 de Julho a estreia do Douro Celtic Fest, este também com um programa bastante apelativo e a fazer lembrar -- mais a mais com alguns dos nomes que traz -- o saudoso Intercéltico do Porto. O comunicado: «Celebrar a música folk de célticas ressonâncias, eis o mandato cultural que determinou a criação do DOURO CELTIC FEST, cuja primeira edição decorre sob o signo da excelência, com seis concertos propostos por seis bandas que são referências obrigatórias e indispensáveis. Em tons maiores de celebração colectiva, o DOURO CELTIC FEST recupera a sedução da festa e da partilha intercultural. Organização Sons da Terra (Portugal) Actos Management (Espanha) Apoio Institucional Município de Vila Nova de Gaia Pelouro da Cultura * Gaianima * Gaia Cidade de Cultura Facebook www.facebook.com/DouroCelticFest 5 Julho 2013 UXU KALHUS Portugal Reafirmamos o direito à autodeterminação do Folk Português!... Em finais dos anos 90 do século passado começou a ganhar força em Portugal uma tendência centrada na recuperação das danças e dos bailes tradicionais. Protagonizado por jovens formações então surgidas, desde logo ficaria de sobremaneira evidenciado o gosto pelas estéticas vanguardistas da fusão e da mestiçagem, sobretudo veiculadas nos contextos expressivos da na época emergente cena da chamada world music. Muito mais do que propostas de interacção cultural foram sobretudo apresentados projectos filiados ou inscritos na interculturalidade, sem no entanto perderem a presença predominante dos referenciais portugueses. O novo baile português quer preservar a nossa diversidade cultural e simultaneamente integrar outras culturas no cadinho evolutivo que é o folk português actual. O novo baile português é dinâmico, em constante mutação, não se limita a formas estáticas e empoeiradas: as nossas raízes culturais são a plasticina que está a ser moldada por hordas de ovelhas que vão engrossando o rebanho em viagem. Uxu Kalhus contribuem para este movimento já em marcha, organizando uma transumância que não tem rota definida nem, fim à vista, pretendendo apenas mostrar paisagens sonoras, prados harmónicos e balhos diversos, para dar farto alimento ao rebanho. Formação Joana Margaça (voz) Eddy Slap (baixo eléctrico e voz) Paulo Pereira (flautas e voz) António Bexiga (guitarras, viola campaniça e voz) André Lourenço (teclado e voz) Luís Salgado (bateria) Discografia Recomendada 2006 A Revolta dos Badalos 2009 Transumâncias Groove 2012 Extravagante 5 Julho 2013 SEARSON Canadá Quando muitos já acreditavam que fosse muito pouco provável o aparecimento de novas bandas capazes de reinventarem as actuações ao vivo, em termos de dinâmicas performativas e de interacção com o público, as três irmãs Searson – Erin, Heather e Colleen – foram a surpresa total: um verdadeiro furacão de emotividade e de partilha veio tomar conta de cada palco pelo qual já passaram, nos mais prestigiados festivais folk norte-americanos e europeus. Com uma poderosa mistura das estéticas associadas à música celta e à pop music, sem perderem as referências fundamentais do estilo violinista da região de Ottawa Valley, no Canadá, as Searson – juntamente com o baterista e percussionista Danno O'Shea – fazem de cada concerto um hapenning pleno de energia, não faltando mesmo a emblemática step dance irlandesa. Formação Erin Searson (voz, piano, teclados, bandolim e step dance) Colleen Searson (violin, voz, bandolim e step dance) Heather Searson (baixo e step dance) Danno O'Shea (bateria e percussão) Discografia recomendada 2001 House Party 2004 Follow 2005 Searson Live 2008 A Different Kind of Light 2009 Ignite 2012 Fade and Shine 5 Julho 2013 BERROGUETTO Galiza BERROGÜETTO não é um grupo de música tradicional mas sim um grupo comprometido com a música galega mas com uma total liberdade de criação, reflectindo todas as nossas inquietudes e todas influências possíveis, sem abandonar a nossa origem cultural. O grupo evidencia uma visão muito positiva sobre a evolução experimentada pela música galega, que passou de uma visão exclusivamente celto-atlântica para propostas mais ancoradas nos padrões estéticos mais próximos da nossa tradição musical. Actualmente assiste-se a uma incorporação das mais variadas influências, num processo múltiplo de mestiçagem, com apresentação de propostas próprias e sólidas, desde as vertentes mais tradicionais às abordagens mais contemporâneas, ocupando hoje a folk na Galiza muito do espaço social que era outrora ocupado pela música tradicional. Todos sabemos que se pode com toda a legitimidade falar de um antes e de um depois do aparecimento de Berrogüetto – um dos grupos que tem demonstrado maior e mais relevante capacidade para se reinventar e reafirmar, disco após disco, numa recusa culturalmente muito enriquecedor em descansar na comodidade dos muito bem sucedidos caminhos percorridos – no panorama da folk galega e europeia, pelo que um concerto desta seminal formação é banquete musical garantido. Formação Anxo Pintos Guilhermo Fernández Quico Comesanha Quim Farinha Santiago Cribeiro Isaac Palacím Discografia recomendada 1996 Navicularia ( 1999 Viaxe por Urticaria 2001 Hepta 2006 10.0 2010 Kosmogonías 6 Julho 2103 GALANDUM GALUNDAINA Portugal Emergindo da mais expressiva música tradicional mirandesa, os Galandum Galundaina elaboraram uma das mais enraizadas e inovadoras propostas de glocalização musical que nos foi dado conhecer em Portugal, constituindo um projecto de verdadeira intervenção reactualizada e revigorada a partir das essências primeiras dos sons da Terra de Miranda. Com um rigoroso recurso ao cancioneiro tradicional e um apurado estudo (e construção) dos instrumentos populares tradicionalmente utilizados na Terra de Miranda, os Galandum Galundaina registaram novas incorporações estéticas e organológicas, tendo criado um som único e diferenciador que nos remete para o que de melhor e culturalmente mais relevante se vai fazendo em Portugal em contexto folk. Os seus concertos são actos de singular comunicação com o público, envolvendo-o com uma rítmica contagiante na qual se desenvolvem melodias de todo o encantamento. Formação Alexandre Meirinhos (voz, caixa de guerra e percussões diversas) Manuel Meirinhos (voz, flauta pastoril e tamboril e percussões tradicionais) Paulo Meirinhos (voz, rabel, bombo, rigaleijo, gaita de foles, percussões tradicionais) Paulo Preto (voz, sanfona, gaita de foles, flauta pastoril e tamboril) Discografia Recomendada 2002 L purmeiro 2005 Modas i Anzonas 2009 Senhor Galandum 6 Julho 2013 KEPA JUNKERA País Basco Gosto da música porque é um mistério. Mas surpreendo-me sempre quando alguém se emociona com a minha música, quando me dizem que não sabiam que eu podia tocar assim ou quando me perguntam se uma certa música é da minha autoria. Parece- me incrível que neste mundo em que tudo está descoberto ainda existam pessoas que conseguem encontrar coisas que não conheciam e as façam suas com tanto carinho. Kepa Junkera é um puro: a sua procura de equilíbrio entre o passado e o futuro da música basca faz-se percorrendo caminhos de exemplar integridade, quer como músico quer como cidadão. Musica basca sem fronteiras, com um Kepa Junkera a revelar-se como um dos seus protagonistas, com uma postura de criatividade tão irrequieta como surpreendente, fazendo da música um palco privilegiado para todos os intercâmbios e encontros. Depois do aparecimento de Kepa Junkera, a folk basca nunca mais foi o que era, abrindo de para em par as portas do seu reconhecimento internacional, tendo como seguros alicerces a proposta intercultural em grande parte por ele veiculada. Formação Kepa Junkera (trikitixa) Harkaitz Martinez (txalaparta) Igor Otxoa (txalaparta) Angel Unzu (guitarras e percussões) Julio Andrade (contrabaixo) Discografia 1998 Bilbao 00:00 2000 Athletic Bihotzez 2001 Maren 2003 K 2008 Etxea 2009 Kalea 2010 Beti Bizi 2010 Herria 2011 Ipar Haizea Kepa Junkera y la Orquesta Sinfónica de Euskadi 6Julho2013 FOR MEN AND A DOG Irlanda No panorama da frente de excelência da folk irlandesa, os FOUR MAN AND A DOG ocupam um lugar muito especial com uma inovadora proposta de dinâmica e excitante relação entre a música tradicional esmeraldina e géneros musicais tão variados como inesperados, desde o rap ao southern rock, passando pelo jazz, blues, bluegrass, polka, country swing e, imagine-se até a salsa. Um concerto dos FOUR MEN AND A DOG é um verdadeiro festim de emoções, envolvendo as audiências desde o princípio até ao fim com uma prodigiosa capacidade de comunicação, tornando o público parte integrante e indispensável do concerto. Constituído por um grupo de músicos que são virtuosos instrumentistas – nunca fizeram ensaios e, não raro, o alinhamento de cada concerto é decidido em cima da hora! – os FOUR MEN AND A DOG surgiram em 1990 durante uma concerto-jam session no Belfast Folk Festival. A trajectória pessoal dos seus membros confunde-se com a própria história da folk irlandesa, levando-nos a grupos seminais como Planxty, Patrick Street, Arcady, Clancy Brothers, Skylark… A presença de FOUR MAN AND A DOG no DOURO CELTIC FEST 2013 será, estamos certos, um daqueles momentos musicalmente mais gratificantes que guardaremos para sempre na nossa memória melómana. Formação Donal Murphy (acordeão) Gino Lupari (voz e bodhran) Stephen Hayden (violino) Cathal Hayden (violino, banjo) Kevin Doherty (voz e guitarra) Discografia recomendada 1991 Barking Mad 1993 Shifting Gravel»

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