17 abril, 2014

Balkan Beat Box, Jagwa Music e Smadj no FMM de Sines

E, agora, a parte mais bailável do FMM 2014! O comunicado: «Balkan Beat Box e muita música global para dançar no FMM Sines 2014. O grupo Balkan Beat Box (Israel / EUA; na foto) atua pela primeira vez no FMM Sines – Festival Músicas do Mundo na edição de 2014, que se realiza em Porto Covo e Sines entre 18 e 26 de julho. Também está confirmada a presença de ShazaLaKazoo (Sérvia), Jagwa Music (Tanzânia), Jungle By Night (Holanda), Meridian Brothers (Colômbia), Orange Hill (Colômbia), Smadj “Fuck the DJ” (Tunísia / França / Marrocos / África do Sul) e Acid Arab (França). Nestas confirmações o fio condutor é a dança, com propostas rítmicas que vão do afrobeat ao calipso. Balkan Beat Box é uma banda nova-iorquina na linha das fusões globais, vocacionadas para grandes atuações ao vivo, de Gogol Bordello e Firewater. Os seus dois membros fundadores, aliás, atuaram nessas bandas: Ori Kaplan pertenceu aos Gogol Bordello e Tamir Muskat aos Firewater. São ambos imigrantes israelitas nos EUA e formaram os BBB em 2005. Mais tarde juntou-se o cantor, também israelita, Tomer Yosef. Musicalmente, a banda aposta numa base de ritmos mediterrânicos, fundida com estilos de todo o mundo, desde o hip hop ao ragga. As letras transmitem uma consciência política sobre problemas do séc. XXI, quase todos de natureza transnacional, como a sua música. Sedeado em Belgrado, o projeto ShazaLaKazoo aposta na fusão da eletrónica com a música balcânica. Formado pela dupla Milan Djuric e Uros Petkovic, produz o estilo de dança “folkstep”, onde também encontram lugar ritmos sul-americanos, africanos e do Médio Oriente. Lançaram recentemente o seu terceiro álbum, “Monobrow”. Dos subúrbios de Dar Es Salaam, capital da Tanzânia, país da África Oriental que faz a sua estreia no FMM Sines, chega o grupo Jagwa Music. Formado por oito membros, representa o estilo de música “mchiriku”, derivação de ritmos de transe populares. O poder da secção rítmica e a utilização de teclados Casio “low-cost” amplificados são dois dos seus elementos característicos. O disco que lançaram na editora Crammed, “Bongo Hotheads”, foi produzido por Werner Graebner e misturado por Vincent Kenis, conhecido pelo seu trabalho na série Congotronics. Jungle by Night é um grupo de nove amigos de Amesterdão cuja proposta musical cruza o funk africano, nomeadamente na sua expressão afrobeat, ao jazz, ao rock e a outros estilos de múltiplas origens. Têm três álbuns gravados, o último dos quais, “The Hunt”, editado este ano. A qualidade do seu afrobeat já mereceu elogios de dois mestres do género, Tony Allen e Seun Kuti. Os Meridian Brothers, de Bogotá, Colômbia, fazem música tropical com influências de rock psicadélico. Na sua paleta estão as cores da salsa, da cumbia, do vallenato e de outros ritmos quentes da região, trabalhados de forma pouco convencional pelo compositor Eblis Alvarez e o seu quinteto. Têm sete álbuns gravados desde a fundação do grupo, em 1998. O oitavo álbum, “Salvadora Robot” (Soundway / Staubgold Records), é lançado em junho. Orange Hill é outra banda colombiana neste festival, embora de um território colombiano menos conhecido, o arquipélago de San Andrés, Providencia e Santa Catalina, junto à Nicarágua. Fundado no início dos anos 50 na sua formação original, é um agrupamento de calipso com uma mistura de músicos da velha guarda e da nova geração. Cantam no crioulo local, uma língua baseada no inglês dos primeiros colonizadores das ilhas. Smadj “Fuck the DJ” é o projeto do alaudista franco-tunisino Jean-Pierre Smadja. O nome provocador, também título de um disco que lançou em 2012, é uma ironia à supremacia dos DJs em relação aos grupos de músicos nas pistas de dança. O seu repertório funde música eletrónica e acústica, com fusões de várias músicas tradicionais, sobretudo orientais, e um lado de improvisação. A sua banda inclui instrumentistas franceses e dois vocalistas com origens diferentes: o cantor marroquino Simo e o MC sul-africano Mo Laudi. Finalmente, Acid Arab é um projeto criado por Guido Minisky e Hervé Carvalho, DJs residentes no clube parisiense Chez Moune. A dupla procura conciliar dois estilos de música de dança: o “house” das discotecas ocidentais e a música oriental ancestral, particularmente no estilo “dabke”. Editaram o disco “Acid Arab Collections” (Versatile) em 2013. Outros grupos já confirmados Além dos artistas descritos nesta nota, estão também já confirmados nesta edição do festival: Angélique Kidjo (Benim / EUA), Oliver Mtukudzi & The Black Wizards (Zimbabué), Fatoumata Diawara & Roberto Fonseca (Mali / Cuba), Mamar Kassey (Níger), Nástio Mosquito (Angola), Gisela João (Portugal), Júlio Pereira (Portugal), The Soaked Lamb (Portugal), Mó Kalamity & The Wizards (Cabo Verde / França), Kayhan Kalhor & Erdal Erzincan (Irão / Anatólia – Turquia), Mohammad Reza Mortazavi (Irão), Istiklal Trio (Israel), Jambinai (Coreia do Sul), Ajinai (China), Niladri Kumar (Índia), Mudiyett (Índia), Bachu Khan (Rajastão – Índia) e Jaipur Maharaja Brass Band (Rajastão – Índia). Bilhetes Os bilhetes para o FMM Sines – Festival Músicas do Mundo 2014 estão à venda na plataforma BilheteiraOnline.pt. Cada dia de concertos pagos (concertos noturnos no Castelo entre 22 e 26 de julho) custa € 10, sendo o custo do passe de € 35 até 30 de abril (após 30 de abril, o passe custa € 40). Além destes concertos pagos, o FMM Sines oferece, como sempre, logo a partir do primeiro dia do festival, 18 de julho, um extenso programa de concertos gratuitos em vários períodos e palcos do festival. Mais informações www.fmm.com.pt | www.facebook.com/fmmsines»

10 abril, 2014

Tanta Ásia no FMM de Sines!

O comunicado oficial diz tudo: «Músicas do Mundo de Sines com maior representação asiática de sempre. As músicas da Ásia vão deixar uma marca forte na 16.ª edição do FMM Sines – Festival Músicas do Mundo, que se realiza em Sines e Porto Covo entre 18 e 26 de julho. Três países – o Irão, a Turquia e a Coreia do Sul – fazem a sua estreia no festival. A Índia reforça a presença no alinhamento com quatro espetáculos e a China regressa com uma proposta de folk cosmopolita. Nesta representação asiática no FMM Sines 2014 estão em evidência os instrumentistas virtuosos. O iraniano Kayhan Kalhor e o turco Erdal Erzincan são mestres, respetivamente, do instrumento de arco kamancheh e do cordofone baglama. Tocam em Sines como dupla, dando continuidade ao vivo a uma colaboração que já produziu dois discos editados pela etiqueta alemã ECM. Kayhan Kalhor, também conhecido pela sua participação nos projetos Ghazal e Silk Road Project, é um dos maiores embaixadores da música persa. Erdal Erzincan é um expoente da tradição do baglama da Anatólia. Une-os o caráter de tradicionalistas aventureiros e o gosto pela improvisação. Do Irão chega outro instrumentista de primeira água: Mohammad Reza Mortazavi, um dos mais exímios criadores e intérpretes dos tambores de mão tradicionais persas, o tonbak e o daf. Sozinho em palco a criar variações sobre o ritmo 6/8, pilar da música persa, é capaz de pôr uma multidão a dançar com as suas linhas de percussão intrincadas. O seu disco mais recente, “Codex”, foi lançado em 2013. O Istiklal Trio é formado por três instrumentistas israelitas apaixonados pelas músicas do Oriente Próximo: Ariel Qassis no qânun, Yaniv Taichman no ud e Noa Vax nas percussões. O repertório é composto por peças originais e por composições clássicas turcas que reinventam utilizando os recursos expressivos de outras músicas com que se cruzaram no seu percurso: a música clássica, o rock, os blues, a música árabe, a música indiana. Editaram um disco, homónimo, em 2011. Para o quinteto sul-coreano Jambinai, os instrumentos tradicionais são ferramentas para criar um pós-rock pesado e experimental. Nas suas composições, a par da eletrónica, das guitarras elétricas e da bateria, encontramos objetos da tradição musical coreana como o instrumento de arco haegeum, o sopro piri e a cítara coreana, o geomungo. O seu álbum de estreia, “Difference”, teve edição internacional em 2014. O grupo chinês Ajinai é outro projeto de modernização da tradição através de códigos do rock. Embora sedeado em Pequim, tem como referência a música da Mongólia Interior. O seu líder é Hugjiltu (antigo membro fundador da banda Hanggai), cantor na técnica gutural mongol (khoomei) e intérprete do instrumento de arco morin khuur. O repertório do grupo inclui composições próprias e versões experimentais de canções folclóricas mongóis. O sitar, símbolo da música indiana, será trazido a Sines por um dos seus melhores intérpretes da nova geração, Niladri Kumar. Muito precoce – começou a aprender sitar aos 4 anos e tocou pela primeira vez em público aos 6 –, cresceu em Mumbai e tem feito uma carreira com muitas viagens pelo mundo. Cultiva o legado da música tradicional indiana, mas são frequentes as colaborações com artistas de outras áreas, como o jazz, a fusão e a eletrónica. Toca um sitar elétrico que ele próprio criou. Um dos acontecimentos do FMM Sines será a performance de dança e teatro ritual Mudiyett, com origem no estado de Kerala, no sudoeste da Índia. Reconhecido pela UNESCO como Património Imaterial da Humanidade, fundado numa tradição oral que remonta ao século IX, este espetáculo de rua de caráter sagrado simboliza a vitória do bem sobre o mal e nele entram várias personagens da mitologia hindu, como Kali, Shiva e Narada. Envolve mais de uma dezena de artistas e possui uma forte componente visual, com máscaras, pintura corporal e elementos de fogo. Do Rajastão, no noroeste desértico da Índia, chega o cantor Bachu Khan, pertencente à casta dos Langas, que durante séculos foram os músicos profissionais das famílias reais da região e mais tarde se dedicaram a tocar em casamentos, noivados e festas tradicionais. Representa a cultura cigana que da Índia se espalhou pelo mundo e conta com centenas de atuações internacionais com os seus grupos Maharaja, Musafir e Dil Mastana. Outro aspeto da cultura cigana do Rajastão, as fanfarras, terá expressão em Sines através da Jaipur Maharaja Brass Band (na foto). Composta por sete músicos e uma bailarina, reúne a visão do diretor artístico, o tocador de tabla Rahis Bharti, ao talento e experiência dos tocadores de metais e percussões. Festiva e popular, toca ritmos clássicos e tradicionais do Rajastão, peças de folclore e melodias do cinema indiano. Outros grupos já confirmados Além dos artistas descritos nesta nota, estão também já confirmados nesta edição do festival: Angélique Kidjo (Benim / EUA), Oliver Mtukudzi & The Black Wizards (Zimbabué), Fatoumata Diawara & Roberto Fonseca (Mali / Cuba), Mamar Kassey (Níger), Nástio Mosquito (Angola), Gisela João (Portugal), Júlio Pereira (Portugal), The Soaked Lamb (Portugal) e Mó Kalamity & The Wizards (Cabo Verde / França). Bilhetes Os bilhetes para o FMM Sines – Festival Músicas do Mundo 2014 já estão à venda na plataforma BilheteiraOnline.pt. Cada dia de concertos pagos (concertos noturnos no Castelo entre 22 e 26 de julho) custa € 10, sendo o custo do passe de € 35 até 30 de abril (após 30 de abril, o passe custa € 40). Além destes concertos pagos, o FMM Sines oferece, como sempre, logo a partir do primeiro dia do festival, 18 de julho, um extenso programa de concertos gratuitos em vários períodos e palcos do festival. Mais informações www.fmm.com.pt | www.facebook.com/fmmsines»

03 abril, 2014

The Skatalites no Festim e Bombino no Med de Loulé

Para breve estão também prometidas novidades sobre o regressado Sons do Atlântico (viva!), mas para já, aqui vão os comunicados oficiais relativos às primeiras confirmações do Festim -- os históricos The Skatalites (na foto) e a Bollywood Masala Orchestra --, ainda e sempre uma organização d'Orfeu, e a mais três nomes anunciados pelo Med de Loulé (Bombino, Winston McAnuff & Fixi e Graveola e O Lixo Polifônico). O comunicado do Festim: «Festim apresenta as primeiras confirmações da 6ª edição! Responsáveis dos 6 Municípios parceiros estiveram reunidos em Águeda a preparar o Festim 2014. The Skatalites (Jamaica) e Bollywood Masala Orchestra (Índia) são apenas dois dos grandes nomes que virão a Portugal para a 6ª edição do Festim - festival intermunicipal de músicas do mundo, que decorrerá de 6 de Junho a 25 de Julho de 2014 em seis municípios vizinhos: Águeda, Albergaria-a-Velha, Sever do Vouga, Ovar, Estarreja e Oliveira do Bairro. O Festim avança para a sua 6ª edição, consolidando o grande palco intermunicipal que a região de Aveiro oferece às músicas do mundo, numa iniciativa da d'Orfeu Associação Cultural em rede partilhada com os 6 Municípios parceiros. Serão 8 fins-de-semana com 7 grandes nomes em palco, vindos de diversas partes do mundo. Pelo sexto ano consecutivo, desde que foi encarado como aposta intermunicipal estratégica e uma marca de promoção do território, o Festim tem-se destacado tanto pela programação ímpar de artistas de projecção internacional, num singular modelo de rede partilhada entre municípios, como pela crescente conquista e fidelização de públicos diversos, numa autêntica celebração da diversidade cultural. Toda a programação estará brevemente disponível em http://www.festim.pt, sítio oficial do festival. O desfile dos nomes confirmados pode ser, desde já, acompanhado na página de facebook do Festim. 6 Junho a 25 Julho 2013 | 6ª edição ÁGUEDA * ALBERGARIA-A-VELHA * SEVER DO VOUGA OVAR * ESTARREJA * OLIVEIRA DO BAIRRO» E o do Med de Loulé: «: BOMBINO, GRAVEOLA E O LIXO POLIFÔNICO E WINSTON MAC ANUFF & FIXI CONFIRMADOS NO CARTAZ O nigeriano Bombino, os brasileiros Graveola e o Lixo Polifônico e o grupo jamaicano Winston McAnuff & Fixi são os novos nomes anunciados pela Câmara Municipal de Loulé para o cartaz da 11ª edição do Festival MED, que decorre de 26 a 28 de junho, na Zona Histórica de Loulé. Omara "Bombino" Moctarin, também apelidado de "Hendrix do deserto", sobe ao Palco da Matriz no dia 27 de junho. O cantor e guitarrista tuareg transporta para a música a sua vivência entre a sua terra natal, a Argélia e a Líbia. A irreverência dos Graveola e o Lixo Polifônico irá, de certo, arrebatar o público do Festival MED. Esta mistura (des)pretensiosa entre o erudito, o lixo cultural, o lirismo político e a experimentação de amabilidades sonoras de uma das mais promissoras bandas brasileiras da atualidade vai estar no Palco do Castelo, a 27 de junho. Quem também promete aquecer o ambiente da Zona Histórica de Loulé é Winston McAnuff & Fixi. Este encontro inusitado entre o “rastaman” e o homem do acordeão traz ao Palco da Cerca, no primeiro dia do Festival, os sons do reggae e o rock-musette, com outras derivações musicais que espelham a vivência de ambos os artistas. Refira-se que estes três nomes juntam-se assim aos já anunciados Gisela João (Portugal), Mercedes Peón (Espanha), Bomba Estéreo (Colômbia), Celina da Piedade (Portugal), Jupiter&Okwess International (Congo) e Turtle Island (Japão). Os bilhetes para o Festival MED 2014 podem ser adquiridos através do site oficial do Festival www.festivalmed.pt, no Cine-Teatro Louletano e na FNAC da Guia. Haverá uma redução no preço dos bilhetes até ao dia 6 de junho. Mais informações em www.festivalmed.pt ou em www.facebook.com/festivalmedloule?fref=ts Os artistas BOMBINO (Nigéria) Omara "Bombino" Moctarin, também apelidado de "Hendrix do deserto", nasceu e foi criado no Níger, perto da cidade de Agadez. É membro da tribo Tuareg Ifoghas, um povo nómada descendente dos berberes do Norte de África que, durante séculos, lutou contra o colonialismo e a imposição da lei islâmica estrita. Começou a aprender guitarra graças a um destes instrumentos, que encontrou abandonado num dos exílios que, enquanto tuaregs e nos muitos conflitos com o governo do Níger, foi obrigado a fazer, com a sua família. Na sua adolescência, quando vivia na Argélia e Líbia, os amigos de Bombino mostravam-lhe vídeos de Jimi Hendrix e Mark Knopfler, entre outros, a que assistiam vezes sem conta. Bombino trabalhou como músico e também como pastor, no deserto perto de Tripoli, passando muitas horas sozinho com os animais e praticando na sua guitarra. Mais tarde, Bombino regressa ao Níger, onde continua a tocar com algumas bandas locais. Como o seu nome ia ganhando notoriedade, uma equipa espanhola de filmagens de um documentário ajudou Bombino a gravar o seu primeiro álbum, que se tornou um hit local. Depois de um percurso que passa pela gravação do documentário “Agadez”, de Ron Wyman, sobre a música e rebelião tuareg, que destaca a história pessoal de Bombino, e por outros discos com crescente sucesso, o guitarrista e cantor tuareg gravou um novo álbum, “Nomad” em Nashville, com o produtor Dan Auerbach, dos The Black Keys (e no estúdio deste último), que foi lançado a 2 de abril de 2013 pela Nonesuch Records e que, desde então, se mantém nos tops mundiais da música do mundo. GRAVEOLA E O LIXO POLIFÔNICO (Brasil) Dentro do promissor cenário de novas bandas mineiras, Graveola e o Lixo Polifónico é hoje a mais próxima de se posicionar entre as grandes da cena musical contemporânea. O grupo conta com elogiosas críticas aos seus trabalhos anteriores e um número crescente de fiéis seguidores, no Brasil e no mundo. Composto por músicos irreverentes e atrevidos, os Graveola produzem uma colagem musical instigante. Eles representam e defendem a estética do plágio e fazem humor, levado a sério, ao misturar o sofisticado com o popular a ponto de os tornar indistinguíveis. Ao batizar o seu segundo disco como “Eu preciso de um liquidificador”, o Graveola revela mais uma vez a vontade da banda, de misturar cada vez mais elementos na sua massa sonora. Surgem em 2004 e, desde então, versam a arte da mistura (des)pretensiosa entre o erudito, o lixo cultural, o lirismo político e a experimentação de amabilidades sonoras. A agenda da banda não é exclusivamente musical, é também fortemente pautada por questões políticas e ações populares, principalmente ligadas ao acesso aos bens culturais da sua cidade, Belo Horizonte e á democratização do uso do espaço público. “É preciso desafinar o coro dos contentes. Somos corações e mentes que pulsam, sentem, fazemos parte de um mesmo lugar. Façamos!”, defende Yuri Vellasco, baterista dos Graveola. WINSTON MCANUFF & FIXI (Jamaica/França) O encontro entre o típico “Rastaman” de barba grisalha e o homem do acordeão, com um ar jovial, que não larga o seu boné. Mas para definir os dois, é melhor deixar para trás todos os estereótipos pois ambos não são facilmente identificados. Aos 55 anos, o homem apelidado de “electric dread” pela sua energia esfusiante em palco, tem um percurso importante na história do roots reggae, quer em nome próprio, quer como vocalista os Inner Circle ou ainda como compositor para artistas como Hugh Mundell e Earl Six. Em França, há cerca de uma década, viu a sua carreira tomar um novo rumo, com a reedição pela editora Makasound de vários dos seus antigos discos e parcerias inesperadas em novos álbuns. Um deles, “Paris Rockin”, de 2006, foi gravado com o grupo de rock-musette Java, onde conheceu Fixi, acordeonista, baterista, pianista, arranjador, produtor, entre outras competências. A química entre os dois foi imediata, nascendo assim esta experiência musical. O reggae e o rock-musette são os eixos naturais, mas também há derivações pela soul, pelo afrobeat, pelo maloya da ilha Reunião e por ritmos sul-americanos.»